Você achava que os homens eram naturalmente melhores que as mulheres na área tecnológica? Achou errado! Um estudo realizado pela Metropolitan Policy Program do Instituto Brookings mediu os dados digitais e classificações obtidas por homens e mulheres e descobriu que elas possuíam habilidades mais poderosas neste quesito do que eles.
O estudo
O estudo foi chamado “Digitalização e a Força de Trabalho Americana”, e apresentou uma análise das mudanças do conteúdo digital de 545 ocupações, cobrindo 90% da força de trabalho dos Estados Unidos em todos os segmentos, desde 2001.
Categorizando ocupações em trabalhos que requerem habilidades digitais em diversos níveis (baixa, média e alta), o estudo calculou e registrou os impactos das mudanças de conteúdo digital.
Em sua conclusão, a análise comentou as implicações de novas descobertas, sugerindo maneiras de como as comunidades podem trabalhar juntamente às empresas e empregados para espalhar os benefícios da digitalização ao mesmo tempo em que diminuem os riscos de seus efeitos negativos.
Além das habilidades digitais, a análise observou diferenças em educação e treinamento, ferramentas e tecnologias, contexto de trabalho e atividades necessárias para o trabalho, dando uma nota de 48 para mulheres e 45 para homens no aspecto de proficiência digital.
Gráfico do estudo “Digitalização e a Força de Trabalho Americana”
O gráfico “Perfil de empregabilidade por grupo demográfico” representa bem o que estamos falando. A cor azul clara designa a porcentagem de mulheres, enquanto a azul escura é a porcentagem de homens.
Na ordem, as indústrias são:
Computação e matemática; Arquitetura e engenharia; Administração; Operações financeiras e negócios; Legal; Ciências sociais, físicas e da vida; Arte, design, entretenimento, esportes e mídia; Suporte de escritório e administrativo; Profissional técnico de saúde/medicina; Serviços sociais e comunidade; Educação, treinamento, e biblioteca; Serviços de segurança; Instalação, manutenção e reparo; Vendas e relacionados; Suporte de saúde; Produção; Transporte e movimentação de material; Preparação e serviço de alimentos; Construção e extração; Cuidado pessoal e serviços; Agricultura, pesca, e silvicultura; Limpeza e manutenção de edifícios e terrenos.
Resumindo, o estudo conclui que as mulheres (48), que representam três quartos da força de trabalho, prevalecem em grupos ocupacionais que requerem um nível médio de conhecimento digital (como saúde, educação e administração de escritório).
Por outro lado, os homens (45) dominam as ocupações que requerem alto nível digital, como computação, engenharia e administração, e as de baixo nível digital, como recursos naturais, transporte e construção.
Sobre as mulheres na tecnologia
Apesar de terem um score digital superior, menos mulheres ocupam grandes cargos em empregos de tecnologia, em áreas como computação, engenharia e administração. Como vimos, elas também aparecem pouco em ocupações com menos requisitos em tecnologia, como na indústria de transportes, construção, recursos naturais, entre outras.
Diferente do que pensamos, os números de mulheres em cargos digitais vêm diminuindo consideravelmente. Nos EUA, menos de 30% dos cargos são de mulheres.
Esse número pode até parecer plausível, mas essas 30% vêm sendo contratadas, cada vez mais, para posições sem poder de decisão no que tange ao desenvolvimento de produtos e direção estratégica, por exemplo.
E no setor empresarial, seja em grandes empresas como a Apple e Microsoft, quanto nas menores, quem tem o poder de decisão é quem realmente faz a diferença.
Em um quadro de funcionários de alto-escalão sem esse mínimo de representação, é improvável que as empresas mudem as suas políticas e aprovem medidas e produtos inovadores e inclusivos.
Desde a infância
Mas os problemas não são somente com as empresas, afinal, desde jovens as mulheres têm menos chances de explorar a matemática e a ciência – em parte, isso ocorre por falta de encorajamento e por programas de estudo feitos mais para atrair meninos do que meninas. Além disso, há o estereótipo negativo das habilidades técnicas das meninas.
Segundo a diretora de pesquisa do Instituto para Pesquisa de Política de Mulheres, Ariane Hegewisch: “As meninas não têm tantas oportunidades de usarem computadores”. Tanto que muitas nem percebem que a tecnologia é uma possibilidade de carreira possível, e por isso, não tentam fazer uma graduação na área.