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Preso dono de BMW usada para influencer “surfar” nas ruas de BH; entenda

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O que era para ser um meme acabou virando caso de polícia. Após a repercussão do vídeo em que um influenciador aparece sendo puxado por uma BMW em uma avenida de Belo Horizonte, sites de notícias apontam que o motorista do veículo acabou sendo preso. 

Durante a brincadeira, o influenciador digital “surfava” na Avenida Cristiano Machado, Região Nordeste de Belo Horizonte, puxado por uma BMW. Conforme informações da Polícia Militar, com a repercussão do caso e viralização do vídeo, o veículo de luxo utilizado no vídeo foi abordado. Ao verificar os documentos do motorista, a equipe de policiais constatou que havia um mandado de prisão emitido contra ele, o que levou à sua prisão segundo a plataforma mineira “Uai”.

Postagem

A publicação, intitulada “Só se vive uma vez”, foi postada no Instagram pelo influencer Davi Francisco, conhecido na internet como o “maluco do bigode”. No vídeo, gravado de diversos ângulos, Davi se equilibra em cima de um capô velho, vestindo uma fralda geriátrica e calçando chinelos de dedo.

Ele está preso por uma corda amarrada ao reboque da BMW, enquanto é arrastado pelo asfalto. Durante o passeio, eles chegam a passar em frente a uma viatura da PM parada em um estacionamento.

Logo atrás do “surfista”, um homem aparece gravando a cena dentro de outro veículo em movimento com a porta entreaberta. 

Não se sabe o motivo da prisão do motorista do carro de luxo até agora. Contudo, segundo o jornal “O Tempo”, o influenciador tem uma página que promove venda de rifas, o que é considerado uma prática ilegal. E isso pode ou não estar relacionado ao mandado de prisão em aberto 

Rifas de influenciadores

A prática de rifas promovidas por influenciadores não é recente, e muitas pessoas com milhares e até milhões de seguidores fazem esse tipo de sorteio. Contudo, a promoção de rifas é ilegal, com exceção das rifas filantrópicas e sem fins-lucrativos.

Assim como o jogo do bicho, a realização de rifas é considerada atualmente uma contravenção penal. Além da multa de 2 a 200 mil de reais, ela também ocasiona pena de prisão de três meses a dois anos.

Dessa forma, muitos influenciadores que promovem rifas são alvos de investigação policial, e já há alguns presos sob acusação de lavagem de dinheiro, associação criminosa e até mesmo estelionato. Isso ocorre principalmente nos casos em que os prêmios não são entregues ou quando o sorteio é manipulado e o prêmio é entregue a alguém conhecido, que acaba devolvendo.

Em novembro de 2023, por exemplo, alguns casos viraram notícia em Juiz de Fora, também em Minas Gerais. Na ocasião, foram presos cinco influenciadores suspeitos de participarem de um esquema de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.

A matéria do portal G1 que cobriu o caso conta que o grupo também seria investigado por organização criminosa e, juntos, teriam movimentado cerca de R$ 3,5 milhões. Wesley Alves, um dos influenciadores presos durante a operação em Juiz de Fora, postava vídeos e fotos ao lado de carros e motos de luxo.

Segundo o advogado Artur Navarro, entrevistado pelo G1, qualquer tipo de sorteio ou jogo de azar é um ato ilícito, exceto nos casos em que há uma autorização expressa do Ministério da Fazenda.

Além disso, segundo o especialista, participar desse tipo de sorteio também é considerado uma contravenção penal passível de multas.

“Há esse sentimento na sociedade de que é algo mais relativizado, permitido de alguma forma. É o princípio da adequação social que diz que sendo uma postura que por mais que seja ilícita, de alguma forma admissível, sem tanta reprovação social, deixaria de ser visto como crime”, explicou.