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Jornal britânico afirma que o governo Biden atuou para impedir golpe no Brasil

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O governo do atual presidente norte-americano, Joe Biden, teria agido discretamente para evitar que o processo eleitoral brasileiro fosse sabotado. Pelo menos é isso o que afirma o jornal britânico Financial Times, após uma série de entrevistas com ex-funcionários do Departamento de Estado dos EUA.

Conforme o que foi apontado pelas fontes, o governo Biden coordenou uma campanha envolvendo diversos setores dos Estados Unidos, incluindo o Pentágono, Departamento de Estado, Casa Branca, CIA e militares.

Essa campanha estaria focada em pressionar as autoridades para que o processo eleitoral referente às eleições presidenciais de 2022 ocorresse de forma tranquila e sem perturbações. 

A razão para as ações tomadas seriam os ataques ao resultado das urnas feitos pelo então presidente Jair Bolsonaro no decorrer do período eleitoral. Isso porque, nas últimas eleições presidenciais dos EUA, atitudes semelhantes foram tomadas pelo ex-presidente Donald Trump, e isso culminou na invasão do Capitólio, em Washington. 

Assim, a movimentação dos bolsonaristas teria preocupado os EUA pela possibilidade do episódio se repetir. Assim como os apoiadores do governo Trump, os apoiadores de Jair Bolsonaro também pediam pela anulação dos resultados da votação.

Visita de Jake Sullivan

De acordo com Tom Shannon, um dos ex-funcionários do Departamento de Estado, a estratégia do governo estadunidense começou a ser arquitetada após a visita de Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Joe Biden, que veio ao Brasil em agosto de 2021.

“Sullivan e a equipe que o acompanhou saíram pensando que Bolsonaro era totalmente capaz de tentar manipular o resultado das eleições ou negá-lo como fez Trump. Portanto, pensou-se muito em como os Estados Unidos poderiam apoiar o processo eleitoral sem parecer interferir”, disse Shannon, explicando como Sullivan ficou preocupado após sua reunião com Bolsonaro.

O Financial Times ainda apontou que em junho do ano passado Shannon teve uma conversa com o vice-presidente do Brasil na época, Hamilton Mourão, e que este também estava preocupado com a situação.

“Quando a porta estava fechando, eu disse a ele: ‘Você sabe que sua visita aqui é muito importante. Você ouviu as pessoas ao redor da mesa sobre suas preocupações. Eu também compartilho dessas preocupações e, francamente, estou muito preocupado’. Mourão virou para mim e disse: ‘Eu também estou muito preocupado’,” contou Shannon.

Julgamento de Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro retornou ao Brasil após passar alguns meses no exterior antes da sua substituição pelo atual chefe do executivo, Lula. Atualmente, ele está sendo julgado após o pedido de inelegibilidade feito pelo Partido Democrático Brasileiro (PDT). 

O julgamento foi suspenso nessa quinta-feira (22) pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes, que anunciou a retomada da análise na terça-feira, 27 de junho, com a leitura do voto do relator, o ministro Benedito Gonçalves.

O processo se refere à reunião de Bolsonaro com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. No ocorrido, o ex-chefe do Executivo questionou o resultado das eleições de 2018, criticando ministros de tribunais superiores e contestando as urnas eletrônicas.

Segundo o político, as urnas não possuiriam sistemas que permitem auditoria e teriam completado automaticamente o voto no PT. Além disso, ele afirma que não é possível acompanhar a apuração dos votos, já que este é um processo feito por uma empresa terceirizada.

Por fim, o ex-presidente diz que o ministro Roberto Barroso, que na época era ministro do TSE, teria cedido favores ao PT para ser indicado ao STF, e estaria perseguindo politicamente Bolsonaro. Bolsonaro também afirmou que o ministro Edson Fachin, que presidia o TSE na época, teria sido o responsável pela elegibilidade de Lula.

Segundo o PDT, Bolsonaro, “no exercício do cargo de Presidente da República, teria se utilizado de encontro com embaixadores de países estrangeiros para atacar a integridade do processo eleitoral, especialmente disseminando ‘desordem informacional’ relativa ao sistema eletrônico de votação”.