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Fisiculturista tem síndrome que altera o crescimento dos membros

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Milena Alencar, de 27 anos, pratica o fisiculturismo mesmo apresentando uma condição rara que altera o crescimento dos membros do corpo, a síndrome de Proteus. A atleta que hoje tem mais de 100 mil seguidores no Instagram já precisou passar por diversas cirurgias e amputações no braço devido à condição genética, mas não hereditária. Contudo, isso não a impediu de começar a praticar exercícios, um hábito que vem lhe ajudando profissionalmente e melhorando a sua autoestima.

Em uma entrevista à publicação VivaBem do Uol, Milena Alencar contou a história da sua vida. Segundo a fisiculturista, ela nasceu em uma cidade no sertão do Ceará chamada Barro, mas não morou lá por muito tempo. 

Sua síndrome ser extremamente rara, seus pais precisaram se mudar para São Paulo para começar o seu tratamento. A síndrome de Proteus, que causa o crescimento excessivo e descontrolado de ossos e tecidos, tem um caso a cada 1 milhão de nascidos vivos.

Escola

Milena conta que frequentou a escola como uma criança normal, no início, já que a sua síndrome não era tão evidente. Contudo, a condição foi aparecendo com o crescimento dela e, consequentemente, dos seus membros. 

“No meu primeiro contato com uma sala maior, todos os alunos ficaram me observando e isso para mim foi um trauma,” disse. De acordo com a atleta, foi nesse momento que ela entendeu que era ‘diferente’ e na época, ela parou de querer ir à escola. 

Naquele período, Alencar precisou amputar a sua mão esquerda, pois os dedos cresciam e ela não conseguia movimentá-los. Além das cirurgias, ela teve apoio psicológico, o que a ajudou a entender que ser diferente não é ruim. 

“Aos poucos, entendi que não tinha como mudar quem sou e que precisava definir o que eu queria na minha vida. Foi quando falei que queria ir à escola, aprender,” disse.

Compulsão alimentar e superação

Milena fez diversas cirurgias, o que, de acordo com ela, eram uma felicidade, já que melhoravam o seu aspecto visual. “Meu braço foi aberto três vezes para redução de massa muscular e reconstrução, além de lipoaspiração para redução de tamanho e a amputação de quatro dedos da mão. Creio que até o momento fiz de 12 a 18 cirurgias, a última em 2016”, explicou.

Ela decidiu se tornar fisiculturista em 2019, quando começou a cursar Engenharia de Alimentos na Universidade Federal de São Carlos. Contudo, com a pandemia e as aulas à distância, ela desenvolveu uma compulsão alimentar, passou a se alimentar mal e ficou com sobrepeso.

Foi então que ela percebeu que precisava controlar a situação e começou a fazer exercícios físicos em casa, pedindo que um amigo educador físico desenvolvesse um plano de treino personalizado.

Milena viu o aparecimento de resultados aos poucos, e no final de 2021 decidiu começar a treinar na academia. Mesmo com alguns olhares ‘tortos’ de outras pessoas, ela não sentia desconforto, já que o exercício lhe fazia bem e ajudava a ver mudanças no corpo.

Fisiculturismo

Enquanto exercitava o abdômen na academia, o professor de Milena disse que ela poderia tentar um campeonato de fisiculturismo para subir de nível. O evento ocorreria duas semanas depois e ela aceitou o convite, levando tudo na brincadeira. 

De acordo com a atleta, não havia passado pela sua cabeça que eles a aceitariam – ela não sabia desfilar e não tinha o costume de postar fotos de corpo inteiro nas redes sociais, pois não gostava da exposição. Mas, mesmo com a enorme exposição do concurso, Milena disse que tudo conspirou ao seu favor, pois aquilo era para acontecer.

“Fui a primeira colocada no SPFF (São Paulo Fisiculturismo e Fitness). Em seguida, ganhei a INBA (Federação Brasileira para Atletas de Fisiculturismo Natural)”, disse. Ela também conta que viralizou nas redes sociais, onde conheceu aquele que viria a ser o seu treinador logo depois.

Hoje, ela afirma que ser uma referência no esporte e trazer motivação para as outras pessoas é muito gratificante. “Minhas cicatrizes são tudo para mim”, termina.