Em geral, o colesterol alto é uma condição que não mostra sintomas. Essa é uma condição silenciosa que só pode ser realmente diagnosticada com o acompanhamento através de exames de sangue de rotina. Contudo, conforme a Dr.ᵃ Saya Nagori, oftalmologista entrevistada pelo jornal inglês Express, há três sinais de alerta para o colesterol alto que podem ser notados no rosto.
“O colesterol alto não limita o seu impacto ao coração; ele estende seus tentáculos para os olhos”, explica a especialista. De acordo com a oftalmologista, quando não lidamos com o colesterol alto, podemos desenvolver um xantelasma, que são depósitos amarelados ao redor dos olhos.
A maneira mais fácil de identificar isso é observando se há cistos ou pequenas elevações, de tom branco ou amarelado nas pálpebras superiores e inferiores. “Pode parecer superficial em um primeiro momento, mas é um outdoor anunciando problemas de saúde subjacentes”, conta a Dr.ᵃ Nagori.
Outro sinal de alerta de colesterol que a médica oftalmologista aponta é uma condição conhecida como Arcus senilis, ou arco senil, também conhecido como halo corneano. Essa condição se caracteriza por ser uma espécie de anel branco, cinza-claro ou azulado ao redor da borda da córnea. Esse anel é causado por depósitos de gordura e não costuma afetar a visão ou qualidade de vida, mas pode ser um indício de colesterol alto.
Por fim, a Dr.ᵃ Saya Nagori alerta para a placa de Hollenhost, que pode ser sinal de colesterol alto e, por sua vez, pode comprometer a visão se não for tratada. As placas de Hollenhost são obstruções das artérias da retina, ocasionadas por moléculas de gordura. A placa de Hollenhorst é uma condição séria e pode causar cegueira, de acordo com a médica. Geralmente, ela só pode ser identificada nos exames de rotina com seu oftalmologista.
“Em suma, embora a saúde do coração muitas vezes seja o centro das atenções na conversa sobre o colesterol, não vamos ignorar a narrativa silenciosa que os nossos olhos oferecem,” acrescenta a Dr.ᵃ Nagori no decorrer da entrevista.
“Como oftalmologista, tenho visto em primeira mão a intersecção entre a saúde sistêmica e a visão. Quando nossos olhos sugerem um problema subjacente, não se trata apenas de uma preocupação ocular. É um apelo holístico à ação, nos incitando a cuidar da saúde cardiovascular e visual,” finaliza.
Embora todos esses sinais vermelhos sejam motivo para uma investigação maior, a maneira mais confiável de determinar seus níveis de colesterol e entender se eles estão realmente altos é por meio de um exame de sangue.
Quando consultar um médico
O colesterol alto pode ser identificado desde a infância ou adolescência; por isso, é importante fazer exames periódicos para reconhecer a existência desse problema desde cedo. Recomenda-se começar a rotina de exames aos 9 anos de idade, a não ser que haja na sua família um histórico de colesterol alto; nesse caso, é possível começar a fazer exames de sangue ainda mais cedo.
Para pessoas que não têm histórico familiar ou pessoal de doenças cardíacas, os exames de rotina devem ser feitos com uma periodicidade de cinco em cinco anos até a idade de 45 anos. A partir dos 45 anos, é recomendado que esses exames sejam feitos de ano em ano ou a cada dois anos.
Vale destacar que essas são recomendações gerais. Por exemplo, se você está na casa dos 20 anos e apresentou altos níveis de colesterol, seu médico(a) poderá pedir exames mais regulares para acompanhar esses níveis.
Tratamento
De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento para o colesterol alto inclui, principalmente, a adoção de hábitos saudáveis como a prática regular de atividade física e uma alimentação baseada em alimentos minimamente processados. Além disso, pode haver tratamento com medicamentos e, em situações mais graves, o tratamento pode ser cirúrgico.