O ataque cardíaco, também conhecido como infarto do miocárdio, é caracterizado pela morte das células de uma área específica do músculo do coração, e geralmente é causado pela formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de maneira repentina.
De acordo com o Ministério da Saúde, o ataque cardíaco é a maior causa de mortes no Brasil, e as estimativas apontam que são registrados no país entre 300 mil e 400 mil infartos por ano. Além disso, a taxa de óbito é bastante elevada, já que a cada 5 a 7 casos de infarto, um termina com a vítima vindo a óbito.
Por conta disso, o Ministério da Saúde desenvolveu a Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio, que criou diversas medidas com o intuito de garantir uma maior agilidade de atendimento em situações emergenciais envolvendo vítimas de ataque cardíaco.
Apesar de o ataque cardíaco ser uma doença fulminante em muitos casos, ele costuma apresentar sintomas algum tempo antes, que demonstram que pode haver algo de errado com o nosso coração. Com isso, compilamos alguns avisos que o corpo dá antes de sofrer com um ataque cardíaco: e a dor no peito não é o único deles.
Sintomas
A fadiga elevada, mesmo não tendo realizado muito esforço físico durante seu cotidiano, é um sintoma comum apresentado pelas vítimas dias e até semanas antes de sofrer um infarto. É comum também sentir dor abdominal, principalmente na região do estômago. Outro sintoma relativamente comum é a dor no peito, que não se limita ao lado esquerdo e pode irradiar por toda a região peitoral, causando certa rigidez no local.
Tontura, náuseas e falta de ar sem motivo aparente também são indicativos do ataque cardíaco. Já as dores no braço, sintoma bastante conhecido pela população, são um dos grandes indicativos do infarto do miocárdio. A dor tende a irradiar pelos cotovelos e ombros e, em pacientes mulheres, a dor no peito pode não acontecer, mas elas tendem a sentir bastante desconforto nos braços e nas costas, bem entre os ombros.
Outro indicativo é quando os batimentos cardíacos são rápidos e irregulares. Se esses sinais estiverem associados a tonturas, dificuldade para respirar e até fraqueza, o paciente deve ir à uma emergência, porque pode estar sofrendo um infarto do miocárdio.
Causa
A aterosclerose, doença geralmente provocada pelo acúmulo de placas de gordura em nossos vasos sanguíneos, é a principal causa de infartos. Com ela, ocorre uma redução gradual do espaço para o fluxo sanguíneo em nossas artérias coronárias, podendo chegar inclusive à sua total obstrução. Como se isso não fosse ruim o suficiente, por conta do acúmulo dessas placas de gordura, essas artérias também podem ficar rígidas, o que impede que elas se expandam quando necessário.
Como prevenir
Um dos melhores “tratamentos” para o ataque cardíaco sem dúvida é a prevenção. Por conta disso, os médicos recomendam a prática regular de atividade física, adoção de uma alimentação saudável, rica em verduras, frutas, proteínas magras e grãos integrais. É importante também evitar o tabagismo, assim como o consumo excessivo de álcool, diminuir fatores de estresse, dormir bem, controlar o peso corporal e fazer exames periódicos com um profissional da saúde.
Em entrevista à Agência Brasil, o gerente de Atenção à Saúde e cardiologista do Hospital de Clínicas da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), Luiz Antonio Pertili Rodrigues de Resende, explica a relevância do diagnóstico precoce através de exames laboratoriais e de imagem.
“O check-up permite que medidas preventivas possam ser introduzidas precocemente. Ele também é importante para a conscientização do indivíduo sobre a sua saúde e sobre o seu importante papel no autocuidado. A periodicidade está condicionada ao estado clínico de cada paciente e deve ser individualizada. Porém, de uma forma geral, para pacientes com boa saúde e assintomáticos, recomenda-se a avaliação anual”, conta o médico.
Na entrevista, o Dr. Luiz Antonio ainda explica que a prevalência do ataque cardíaco, dentre outras doenças cardiovasculares, tem aumentado entre a população mais jovem. “Os indivíduos têm se exposto a vários fatores de risco muito precocemente, como o sedentarismo, o excesso de peso, a má alimentação, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool”, diz o médico.
