O Brasil já conhece Bruna Kajiya por seu talento imensurável no kitesurf – mas o que mais você sabe sobre ela? Como já sugere o nome, o kitesurf é praticado na água, com uma pipa (kite) e uma prancha. A atleta se equilibra na prancha enquanto o vento impulsiona a pipa presa em sua cintura e, dependendo da força do vento, é possível fazer manobras incríveis.
História de Bruna Kajiya com o esporte
A história de Bruna com o kitesurf começou na infância. Ela foi criada no litoral norte paulista, em Ilhabela, e diariamente via as pipas coloridas através da janela da escola. Antes mesmo de pisar na prancha, Bruna já tinha sido atraída pela beleza do kitesurf, mas depois que começou a praticar, se apaixonou de vez pelo esporte.
Em entrevista à Globo Esporte ela disse: “Meu primeiro contato com o kite foi em Ilhabela, bem na frente ao meu colégio. Eu tive a sorte de estudar em um colégio que dava para ver da minha janela o mar. Conseguia ver os kites coloridos voando no céu e aquilo me fascinava. Eu saía correndo do colégio e ia para praia ver. Assim que eu conheci o esporte”.
Hoje, Bruna Kajiya, com 32 anos de idade, acumula inúmeros títulos e vitórias. Ela é cinco vezes campeã brasileira e três vezes campeã mundial de kitesurf, representando o Brasil lá fora com muita competência.
Por conta disso, tornou-se referência na modalidade, e agora é patrocinada pela Red Bull. No começo de 2021, como parte da parceria, ela participou da web série criada pela empresa: “Until 18 – O Momento da Decisão”.
A atleta protagonizou um episódio, onde contou a sua história com o kitesurf e os obstáculos que enfrentou. O pai de Bruna queria que ela cuidasse dos negócios da família, mas ela tinha vocação para uma só coisa: o esporte. Na primeira competição mundial em que participou, ela ficou em terceiro lugar – e não descansou até atingir o topo do pódio.
Bruna Kajiya também é embaixadora da FILA. Na parceria com a marca de artigos esportivos, Bruna promove os produtos em suas redes sociais e competições, vestindo peças de coleções exclusivas. Já a FILA tem como intuito atrair o público feminino com as roupas voltadas para atividades físicas como musculação e yoga, ampliando o seu foco para além da corrida.
Mulheres no kitesurf
Bruna Kajiya faz parte de um esporte que ainda é esmagadoramente masculino, assim como são algumas outras modalidades. Porém, em entrevista à Vogue, ela comentou que não sofreu muito preconceito dentro do esporte, já que a comunidade se apoia bastante.
Apesar disso, ela afirmou que o principal desafio para as mulheres dentro do kitesurf é que as pessoas não acreditam que mulheres têm o potencial de fazer as manobras, o que acaba afetando a capacidade de elas acreditarem em si mesmas.
“Eu vejo isso nas pessoas, elas não acreditam. Até que eu vá e faça, as pessoas não acreditam, e eu acho que isso para muita gente de chegar ao resultado total. Muita gente te olhando torto, é uma pressão muito grande que acaba apagando muito o fogo antes de ele poder acontecer,” comentou Bruna Kajiya.
Porém, Bruna abriu caminhos, e foi a primeira mulher a completar com perfeição a manobra backside 315. Segundo ela, essa conquista ajudará até mesmo outras mulheres como ela a “virarem a chave”, pois muitas não acreditam na própria capacidade de fazer manobras semelhantes, apesar de serem capazes.
“Não que elas não tivessem capacidade […], mas é a chavinha na cabeça, sabe? […] Foi por isso que eu quis fazer essa manobra, um double pass, que são dois pés no ar. Nunca nenhuma mulher tinha feito. Eu fiz exatamente para mudar essa chavinha, tipo ‘sim, podemos fazer isso! É possível’”, disse ela à Vogue.