O mundo vem passando por vários desafios desde a descoberta do coronavírus, e apesar de grande parte da população tanto no Brasil quanto em outros países já estar vacinada, a nova variante do vírus Sars-CoV-2 vem causando um estrago ainda maior. A variante Delta, que foi descoberta pela primeira vez na Índia, apresenta várias mutações genéticas em relação ao vírus da Covid-19. Ela está presente em mais de 130 países, e o Brasil está na lista.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, essa é uma das “variantes preocupantes”, pois tem a possibilidade de infectar novamente quem já teve a doença em um curto período de tempo e pode escapar à proteção da vacina. Além disso, ela é mais transmissível do que todas as outras variantes do vírus e pode causar uma infecção mais grave naqueles que não foram vacinados
Situação ao redor do mundo
Desde 29 de fevereiro de 2020, quando o coronavírus foi descoberto, pelo menos 215 milhões de casos foram confirmados oficialmente ao redor do mundo. Após o pico em janeiro deste ano, começamos a ver uma certa estabilização e até diminuição no contágio. Porém, o número voltou a subir novamente em março, e hoje são mais 400 mil a 700 mil novos casos reportados diariamente – a maioria deles da variante Delta.
Nos Estados Unidos, os grupos que ainda não receberam a vacina estão sofrendo muito por conta da variante Delta. Crianças, por exemplo, estão vulneráveis, já que aqueles com menos de 12 anos de idade que não têm comorbidades ainda não foram vacinados. Segundo a Academia Americana de Pediatria, mais de 180 mil crianças testaram positivo para Covid-19 na semana até 19 de agosto.
Na Austrália, onde os casos de Covid-19 eram relativamente baixos antes, o isolamento social virou norma. Já a França viu um crescimento de infecções de 150%, e agora exige prova de vacinação ou teste negativo para Covid-19 na entrada de cinemas, piscinas, e museus.
No Brasil
Por aqui, há mais de mil casos registrados da variante delta. Porém, diferente de outros países, ainda não há um surto dessa variante, o que faz com que a variante Gama, também chamada de P.1, ainda seja a predominante.
Na verdade, a variante Delta concorre com a variante Gama – P1 – e talvez nem ganhe a briga no Brasil. De acordo com o pesquisador da Fiocruz e professor de imunologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ricardo Khouri, “a delta é forte e está se expandindo pela capacidade de virulência que ela tem, mas ainda há dúvidas se ela vai conseguir impor a mesma quantidade de transmissão que ela impôs na Inglaterra, nos Estados Unidos. O Brasil já tem um contexto preocupante com a gama, que dominou todo o território nacional rapidamente”.
Já o infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, afirma, em entrevista ao G1: “Nos outros países onde a delta está entrando e se tornando a protagonista, ela não encontrou concorrente à altura como o Brasil. Aqui ainda temos uma alta circulação da gama.” Ele ainda comenta que o contexto do Brasil é diferente, e que por isso, a taxa de infecção da nova variante também pode ser diferente.
O que fazer?
Independente do número de casos confirmados aqui no Brasil, é importante tomar as mesmas precauções que são tomadas para evitar a infecção pela variante Gama. Apesar de mais transmissível e agressiva, a variante Delta é transmitida de maneira semelhante. Por isso, se vacine assim que possível, e mesmo após se vacinar, continue usando a máscara em locais públicos e higienizando as mãos para evitar o contágio. Todas as vacinas previnem os casos graves da doença, independentemente da variante – mas é importante tomar todas as doses para uma proteção completa.
Quanto aos sintomas, fique atento para a febre, dor de cabeça, dor de garganta e coriza. Apesar da tosse também poder estar presente, nem ela e nem a perda de olfato são sintomas muito comuns para a variante Delta.